A decisão de partir foi difícil. Apesar de ser um sonho antigo, vários fatores pesaram: a escola dos meninos, as nossas carreiras, a distância da família, a ausência de renda durante o sabático, as despesas da viagem etc. Só de relembrar me dá calafrio.
A primeira coisa que veio à cabeça foi “O que a gente está fazendo?”. Ou algo como “Isso é loucura, jamais vai dar certo.” Também teve “Vamos esperar mais um pouco, guardar mais dinheiro e ver o que acontece daqui um ano.”
Esses pensamentos são baseados em nossos medos. Algo natural. Porém, uma coisa que aprendi lendo Sêneca, filósofo representante do estoicismo, foi definir os meus medos e imaginar o pior cenário possível caso eles se concretizassem.
Com o tempo percebi que quase nenhum deles era fatal e raramente aconteciam de fato. E mesmo se ocorressem, sempre havia a possibilidade de voltar para onde estava.
Outra coisa foi notar que não existe momento perfeito para tomar alguma decisão. Não adianta esperar o alinhamento das estrelas ou aquele dinheiro entrar para seguir adiante. Muitas vezes isso é só uma desculpa para postergar. Se você sente que chegou a hora, vá em frente e depois corrija o percurso, se necessário.
Lembro quando um amigo, que se casou bem jovem, me contou o que levou a tomar essa decisão: “Isso era algo que a gente queria e não havia motivo para postergar. Era algo natural depois de tanto tempo namorando.” Simples assim. E foi essa conversa que me inspirou a pedir a mão da Lu em casamento aos 25, quanto tínhamos 7 anos de namoro.
Enumero aqui os nossos principais medos quando começamos a planejar o nosso sabático:
- Carreira – Quais seriam as implicações ao interrompermos as nossas carreiras?
- Escola dos filhos – Qual seria o impacto do sabático na educação dos nossos filhos?
- Dinheiro – A nossa reserva seria suficiente para cobrir as despesas da viagem e os compromissos financeiros no Brasil?
- Roteiro de viagem – Quais destinos seriam os mais indicados para uma família com duas crianças? Para onde ir e como?
Nos próximos posts mostraremos como enfrentamos cada um desses medos e tomamos a decisão de viajar o mundo com os nossos filhos.
Foi mais simples do parece.