Desde que nos conhecemos, eu e a Lu sempre sentimos um chamado para cair na estrada. Mais tarde, descobrimos existir uma palavra para essa sensação: “wanderlust”, algo como “desejo de viajar” em alemão (wandern: “caminhar”, “vagar” + lust: “desejo”).
Como começamos a namorar cedo (eu tinha 18 e a Lu 20), o nosso “wanderlust” era mais comedido. Em regra, escolhíamos os destinos com base em dois critérios: proximidade de São Paulo (para economizar com o combustível e pedágio) e hospedagem (de preferência de baixo custo ou nenhum).
Com o passar do tempo (e com a evolução de nossas carreiras), ousamos um pouco mais nas escolhas. Nos oito anos de namoro, viajamos para diversos lugares do país, como algumas praias do Nordeste, litoral e interior de São Paulo, e algumas cidadezinhas no interior de Minas e Rio. Mas ainda queríamos mais…
A gente se casou em 2009 com o sonho de passar uma temporada no exterior. Naquela época, eu trabalhava em um escritório de advocacia e cursava o mestrado, enquanto a Lu seguia a carreira em uma multinacional e fazia uma pós em Administração.
Como a nossa perspectiva profissional era promissora, a ideia era fazermos um curso por alguns meses em outro país. Assim, retornaríamos com uma bagagem internacional e prontos para explorar novas oportunidades. Porém, o projeto tomou uma dimensão maior do que imaginávamos e, no fim, fomos estudar por um ano nos EUA.
Tivemos um ano incrível por lá, repleto de experiências únicas, novas amizades e muito conhecimento (em todos os sentidos). E o nosso laço como casal se fortaleceu na medida em que tínhamos apenas um ao outro. Foi uma espiral ascendente, como um amigo me disse certa vez.

Concluído o mestrado, retornamos para os nossos projetos profissionais no Brasil e a realização do sonho de ter nosso primeiro filho.
Em dezembro de 2013, Luca nasceu em São Paulo. A sua chegada foi um impacto enorme em nossas vidas! Aproveitamos (e ainda estamos aproveitando) cada momento com ele. Uma criança alegre, animada e divertida, que já novinha foi mordida pelo bichinho do “wanderlust”!
Algum tempo depois, fui convidado para trabalhar em um escritório de advocacia americano. A experiência prévia nos EUA nos ajudou a aceitar a proposta. Afinal, a gente já conhecia a cultura e tinha amigos por lá. A “única” diferença é que, dessa vez, iríamos com uma criança de dois anos e ficaríamos um período em Nova York e outro em Houston.
A temporada em NY foi desafiadora, pois viver e trabalhar lá era bem puxado. E olha que já tinha dez anos como advogado de litígios naquela época. Luca também começou a estudar em uma escolinha infantil ao lado da nossa casa e a Lu deu início a um novo projeto: criar e desenvolver o seu próprio negócio. Foi um período intenso.
Após sete meses em NY, fomos para Houston. Fizemos a mudança de carro para curtir a viagem. Cruzamos onze estados em pouco mais de duas semanas. Foi demais!
A vida no Texas era mais tranquila. O clima era mais parecido com o nosso e as pessoas mais abertas e amigáveis. Fizemos bons amigos, o que acabou tornando a nossa estadia muito agradável. Temos ótimas recordações do nosso tempo por lá. De vez em quando até bate uma saudade.



Depois de um ano e meio nos EUA, era hora de voltar para o Brasil. Dessa vez, com um novo integrante na família: Nicolas, que estava na barriga da Lu!
Nico nasceu no início de 2018 e trouxe consigo uma energia e empolgação contagiantes! Tal como o irmão mais velho, ele logo entrou no ritmo da família e com poucos meses já estava na estrada com a gente. Nico já viajou por várias regiões do Brasil, além de alguns países, como os EUA, África do Sul e Seicheles.


Já estabelecidos profissionalmente e com os meninos na escola, a nossa vida entrou em um ritmo mais estável. Claro que estou simplificando, pois houve conquistas relevantes no período. Mesmo assim, sentíamos que algo estava faltando.
Foi aí que aquele velho chamado bateu à porta e, quando demos conta, um sonho antigo veio à tona: tirar um sabático para viajar o mundo em família!
Me recordo do calafrio que eu e a Lu sentimos ao cogitar tirar esse projeto da gaveta. Como isso seria possível? O que temos na cabeça? Como tirar os meninos do colégio? E o trabalho? Será que conseguiríamos dar conta de encarar um desafio dessa magnitude com as crianças?
Por um momento, preferimos ignorar a ideia, pois ela parecia um devaneio. Porém, o desejo persistia. Até que, num belo dia, recebi o e-mail sobre um curso organizado por uma brasileira que deu a volta ao mundo algumas vezes. A história dela me cativou e decidi me inscrever.
As aulas serviram para reaquecer o nosso “wanderlust” e perceber que toda a bagagem que havíamos acumulado nos ajudaria com a nossa aventura. Concluímos que ela era viável. Claro que haveria alguns percalços pelo caminho, mas nada muito diferente do que havíamos enfrentado antes.
A ideia ganhou força e, no segundo semestre de 2024, chegamos à conclusão que aquela era a hora! Não podíamos mais esperar. Mas antes de bater o martelo, listamos os principais empecilhos e no topo estava a escola dos meninos. Apesar de estarmos confiantes, em hipótese alguma colocaríamos a educação deles em risco.
Dessa forma, conversamos com o colégio, que, além de dar o sinal verde, enalteceu a importância da viagem para o desenvolvimento das crianças. Essa resposta positiva serviu como propulsor para encararmos os outros desafios. Afinal, a gente não tinha mais desculpa para deixar o sonho apenas no papel.
E foi assim que fomos construindo o plano que nos trouxe até aqui. Agora que você nos conhece um pouco mais, nos próximos posts falaremos sobre as dicas práticas sobre os preparativos da viagem. Mas posso adiantar que é mais simples do que parece. Continue a acompanhar o nosso blog que contamos como!

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