Sobre a gente

Nasci em Guarulhos, cidade conhecida principalmente pelo aeroporto internacional e pelos Mamonas Assassinas, onde vivi até os 26 anos quando me casei com a Lu.

E não foi por acaso que indiquei esses dois ícones da minha cidade para iniciar esse texto. Afinal, cresci observando os aviões no ceú, imaginando para onde estavam indo e se os passageiros conseguiam nos ver lá embaixo e adorava escutar Mamonas! E quem não gostava?

Costumava brincar de pega-pega, esconde-esconde, polícia e ladrão e jogar (muita) bola na rua sem saída onde morava com meus pais e irmãos. Na década de 80 e início dos anos 90, Guarulhos ainda guardava um ar interiorano, apesar de ser vizinha de São Paulo. Lembro que os meus pais viajam até lá para fazer compras no supermercado, pois, naquela época, Guarulhos só tinha um atacadista ou mercearias.

A mesma coisa valia para programas mais “sofisticados” como ir ao shopping, pegar um cinema ou até mesmo ir ao McDonald’s. Guarulhos só veio ter o primeiro Méqui em 1991! Lembro até hoje da sua festa de inauguração! Foi um acontecimento e tanto!

Essa atmosfera de cidade do interior, permitiu que eu crescesse de forma mais livre e solta. Com 8 anos, já ia ao açougue e à quitanda comprar alguns produtos para a minha mãe fazer o almoço. E aos 10, quando nos mudamos para outro bairro, passei a ir de ônibus para a escola de inglês sozinho. Algo inimaginável atualmente.

Por conta dessas idas e vindas para São Paulo e essa relativa independência, me tornei um menino curioso, atento e observador. Adorava memorizar os percursos, ler os outdoors espalhados, identificar os novos modelos de veículos. Ah, também amava andar de metrô com a minha tia e prima! Era um programão!

Jamais imaginava que essas viagens para São Paulo seriam tão úteis pouco tempo depois. Aos 15 anos, comecei a estudar em um colégio no bairro do Paraíso, para onde passei a ir e voltar diariamente. Essa rotina de viagens entre Guarulhos/SP/Guarulhos perdurou por quase doze anos, quando me casei com a Lu e nos mudamos para o bairro da Pompeia.

Voltando à minha infância, tive o privilégio de ter uma casa de veraneio para passar as férias em família, onde reuni lembranças para a vida toda. Logo depois de se casarem, os meus pais construíram uma casa deliciosa em Mongaguá. Como ela era relativamente espaçosa, levávamos primos, tios, avós e amigos para curtir a praia com a gente.

Como faço aniversário no início de janeiro, era muito legal reunir toda a turma na casa, acordar com o tradicional “Parabéns pra você” e depois seguir para a praia. Um dos mais memoráveis foi quando fiz cinco anos! Estava todo mundo lá! Sério, acho que eram umas vintes pessoas!

Com o tempo, passamos a fazer outras viagens em família para explorar outras regiões do Brasil, principalmente o Nordeste. Lembro do meu pai falar que, antes de conhecer o mundo, deveríamos primeiro conhecer o país onde a gente vivia. E foi isso que fizemos!

Por sinal, uma das primeiras recordações da minha infância é uma viagem que fiz com os meus pais de carro para Águas do Rio Quente quando tinha dois anos! Juro! Lembro direitinho de brincar em uma das piscinas que tinha um bar com aqueles bancos embaixo d’água!

Também me recordo da minha primeira viagem de avião para Aracaju pela Transbrasil(!) aos 8 anos! Naquele tempo, comecei a registrar as minhas viagens de avião em um caderninho por serem esporádicas e especiais! Jamais imaginava que mais tarde perderia as contas…

No final dos anos 90, meus pais realizaram o sonho de comprar um chalé em Monte Verde, cidadezinha localizada na parte mineira da Serra da Mantiqueira. Naquela época, MV era um destino para os aventureiros e desbravadores, pois chegar lá exigia muita determinação por conta da péssima condição da estrada de terra. Mas todo o sufoco certamente valia muito a pena! O lugar era mesmo incrível! E foi lá que conheci a Lu. Mas isso é outra história.

Como já deu para notar, as viagens sempre fizeram parte da minha vida. E os meus pais desempenharam papel fundamental nisso. Eles sempre nos estimularam a explorar novos lugares (minha mãe tinha o Guia 4 Rodas e a Vejinha como leitura obrigatória), experimentar novos sabores e encarar a vida como uma grande aventura!

Foi inspirado nessas lições e experiências que passei a trilhar o caminho das descobertas pelo Brasil e, mais tarde, pelo mundo. Nesse percurso, tive a sorte de encontrar uma parceira que, assim como eu, ama viajar, conhecer gente e carregar a alegria de ser brasileiro pelos quatro cantos! Acredito que conseguimos plantar essa sementinha da curiosidade e aventura em nossos filhos.

Agora que estamos prestes a encarar a viagem de nossas vidas, é muito bom olhar para trás, resgatar essas memórias e relembrar o que nos trouxe até aqui! E o mais gostoso é pensar que ainda tem muita coisa por vir!

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